segunda-feira, 27 de julho de 2020

Volta às aulas só se dará “em ambiente seguro”, diz Fátima


aula

O retorno às atividades presenciais nas escolas do Rio Grande do Norte só acontecerá quando houver um “ambiente seguro” para a reabertura, disse a governadora Fátima Bezerra. Em publicação nas redes sociais, a chefe do Executivo afirmou que o retorno depende “da evolução das condições da pandemia” de Covid-19.

Fátima declarou que a retomada obedecerá a protocolos de biossegurança e que, apesar de um decreto estadual ter fixado o dia 17 de agosto para o retorno, as atividades presenciais podem continuar interrompidas por tempo indeterminado. “A suspensão das aulas pode ser estendida novamente, consoante a orientação do Comitê Científico, que deverá se reunir novamente na segunda-feira (27)”, escreveu, no Twitter.⁣

A governadora destacou, ainda, que grande parte das escolas públicas estaduais do RN promove atividades não-presenciais. “São professores utilizando rádio, TV, internet e material impresso para dar continuidade à aprendizagem dos estudantes”.

Preocupação dos pais

Na edição deste fim de semana, reportagem do Agora RN mostrou que pais de alunos das redes pública e privada de ensino não pretendem mandar os filhos para a escola caso o retorno às aulas seja confirmado para o dia 17 de agosto no Rio Grande do Norte. Entre os pais, o receio é que a volta às atividades escolares seja precipitada por não haver, segundo eles, segurança para as crianças contra o novo coronavírus.

A representante comercial Débora Sallem, de 29 anos, avalia que o retorno às aulas é necessário, principalmente na rede pública, que tem mais estudantes sem condições de realizar atividades à distância, por dificuldades de acesso à internet. Contudo, ela acredita que não há “segurança sanitária” para uma volta sem riscos.

“A torcida é para que o provável não aconteça. Que, com a reabertura, somada à enorme falta de bom senso da população, nossos números de contágio e morte continuem em queda. Vai ser um verdadeiro milagre”, afirmou, ao responder a uma enquete do Agora RN realizada com os leitores pelo WhatsApp.

No Rio Grande do Norte, as aulas nas redes pública e privada estão suspensas na forma presencial desde 18 de março. Desde então, alunos estão realizando algumas atividades pela internet.

Nas últimas semanas, o governo estadual intensificou o planejamento com vistas a uma possível retomada das aulas nas escolas. Em nota, a Secretaria Estadual de Educação, Cultura, Esporte e Lazer (Seec) disse que está liderando um debate com entidades representativas do ensino para discutir protocolos para um retorno seguro.

A previsão é que as aulas possam ser retomadas em 17 de agosto, mas a data ainda não está confirmada. Segundo a Seec, as escolas só vão reabrir quando houver segurança para tal.

“Todas as redes estão analisando as orientações internacionais e nacionais para providências a serem tomadas, criando condições necessárias, no sentido de organizar as escolas para quando for possível retornar”, explicou a pasta.

Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz, publicado na sexta-feira (24) pelo Agora RN, mostrou que a volta às aulas presenciais no Rio Grande do Norte representa potencial risco para 212 mil potiguares. O grupo é formado por idosos e os adultos com problemas crônicos de saúde que convivem diariamente com crianças e adolescentes em idade escolar (4 aos 17 anos).

Ainda de acordo com Fiocruz, a partir de um boletim sobre a retomada das atividades educacionais, a volta às aulas só poderá acontecer com a transmissão da Covid-19 controlada. A rede hospitalar deve disponibilizar pelo menos 30% de leitos disponíveis, aponta a instituição.

Além disso, a Fiocruz defende que é necessária a diminuição do número de mortes pelo menos nas últimas três semanas. Por fim, o sistema de saúde deve estar pronto para detectar, testar, isolar e tratar pacientes e rastrear contatos.

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