domingo, 28 de julho de 2019

Bolsonaro diz que Greenwald pode pegar “uma cana” no Brasil, mas não será extraditado

O presidente Jair Bolsonaro disse neste sábado que o jornalista norte-americano Glenn Greenwald, fundador do site The Intercept Brasil, pode “pegar uma cana”, mas não será extraditado e afirmou que eventual decisão de destruir provas obtidas após prisão de suspeitos de hackearem autoridades não cabe ao ministro da Justiça, Sergio Moro.

O The Intercept Brasil tem divulgado supostas mensagens trocadas entre Moro, na época em que era o juiz responsável pelos processos da Lava Jato em Curitiba, e procuradores da operação, que indicariam uma colaboração entre o julgador do caso e os responsáveis pela acusação.

Na sexta, Moro editou uma portaria que trata da “deportação sumária” de “pessoas perigosas”, vista por críticos como uma represália a Greenwald, o que o ministro e o ministério negaram.

“O Glenn pode ficar tranquilo. Talvez pegue uma cana aqui no Brasil, mas não vai ser lá fora não”, disse Bolsonaro a jornalistas, após participar de cerimônia de formatura de paraquedistas militares no Rio de Janeiro.

O presidente também afirmou que o jornalista norte-americano “não presta nem para ser mandado para fora” e acusou Greenwald de estar cometendo um crime.

“Não se encaixa na portaria o crime que ele está cometendo, até porque ele é casado com outro homem e tem filhos adotados brasileiros”, disse o presidente. A legislação brasileira veda a deportação de estrangeiros casados com brasileiros ou que tenham filhos brasileiros. Greenwald é casado com o deputado federal David Miranda (PSOL-RJ).

“Malandro. Para evitar um problema desse, casa com outro malandro e adota crianças aqui no Brasil”, atacou Bolsonaro. 

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