terça-feira, 19 de maio de 2020

LHAMA PODE TRAZER A CURA PARA A COVID-19


Uma lhama chamada Winter, que vive em um rancho de um laboratório na Bélgica, pode se tornar uma heroína na lutra contra o coronavírus. Tudo porque ela leva em seu sangue um anticorpo com potencial de inibir os efeitos da doença.

Uma pesquisa recente feita em laboratório revelou que um tipo de anticorpo desenvolvido pelas lhamas pode combater de maneira efetiva a infecção causada pelo Sars-Cov-2, nome oficial do novo coronavírus. A pesquisa, porém, ainda está em fase inicial e pode demorar para ser concluída.

Os pesquisadores se sentem otimistas, informou o cientista Daniel Wrapp à BBC Mundo. Ele atua no Departamento de ciências moleculares da Universidade do Texas, em Austin, nos Estados Unidos, e é o principal autor do estudo.

NANOCORPOS

A história com a lhama Winter (inverno, em inglês) começou em 2016, quando ela tinha apenas meses de vida. Na época, cientistas da Universidade de Texas e da Universidade de Gante, na Bélgica, escolheram Winter para investigar o Sars-Cov-1 e o MERS-Cov, que são coronavírus da mesma família do Sars-Cov-2.

Os estudiosos descobriram que quando o sistema imune das lhamas detecta um invasor externo, como um vírus ou uma bactéria, o seu organismo produz um anticorpo do tamanho de um quarto do tipo de anticorpo que é desenvolvido pelos humanos.

Por isso, os cientistas os chamam de "nanocorpos". Outros camelídeos, como alpacas e os camelos, também desenvolvem nanocorpos.

Os tubarões também desenvolvem esses elementos. Porém, é mais fácil lidar com uma lhama do que com um tubarão, explica Wrapp.

O sistema imunológico dos humanos não produz esses nanocorpos. A vantagem dos nanocorpos é que em razão do tamanho, se agarram mais facilmente às proteínas do coronavírus, que fazem com que o Sars-Cov-2 ataque as células do corpo humano. Os resultados iniciais dos testes apontam que o nanocorpo pode neutralizar a proteína do Sars-Cov-2 que ataca o organismo humano.

PROTEÇÃO IMEDIATA

Esta descoberta pode levar à criação de um tratamento no qual são injetados os anticorpos em uma pessoa saudável para que ela se proteja de um possível contágio pelo novo coronavírus. Esse tratamento também pode fazer com que uma pessoa já infectada receba os anticorpos e seus sintomas da doença sejam menores.

Essa proteção imediata, dizem os pesquisadores, seria um grande benefício para as pessoas que, algumas vezes, não reagem bem às vacinas. Também podem beneficiar trabalhadores da saúde que estão em constante risco de contágio.

"Se tudo sair perfeito e chegarmos à etapa de fazer provas em humanos, poderemos ter uma droga aprovada em um ano", diz Wrapp.

(📸: Pixabay / 📝: BBC Mundo)

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